«Este contrato é o símbolo do que deve ser a relação entre Portugal e a Índia ao longo do século XXI», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa na assinatura do contrato entre a Vision-Box e o Aeroporto de Bangalore para a instalação de tecnologia de gestão de passageiros baseada na biometria.

A cerimónia que decorreu no Palácio Foz, em Lisboa, e na qual esteve presente a Embaixadora da Índia, Nandini Singla, o Ministro da Economia, Caldeira Cabral, e o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, bem como os responsáveis das duas empresas.

Referindo que «o aeroporto de Bangalore é o terceiro maior da Índia», António Costa sublinhou que «é um grande sucesso da Vision-Box ter obtido este contrato no âmbito de um concurso onde participaram empresas do todo o mundo».

Oportunidades na Índia

O Primeiro-Ministro disse que «a Índia é para Portugal e as empresas portuguesas uma enorme oportunidade» «porque a Índia é um dos países com maior crescimento económico a nível mundial, será brevemente a terceira economia do mundo».

O aeroporto de Bangalore «é um dos mais de cem aeroportos da Índia, sendo que a Índia se prepara para construir mais 70 nos próximos anos, o que significa que este contrato é, provavelmente, o primeiro de muitos».

A Índia «tem um grande programa de investimento público que prevê investir até 2023 dois biliões de dólares».

Isto significa «milhares de milhões de fornecimento de material para o conjunto destas construções», sublinhou António Costa, referindo que organizou uma reunião da Embaixadora com o setor da construção de Portugal, para lhe dar a conhecer estas oportunidades.

Referindo que se diz que «a Índia é longe – era muito mais longe antes de Vasco da Gama; é grande – mas nós queixamo-nos de o nosso ser pequeno; é difícil – o que é que não é difícil?», o Primeiro-Ministro acrescentou que «este contrato prova é que mesmo sendo longe, grande e difícil, é possível a uma empresa portuguesa ganhar um concurso com esta importância».

Aumentar a presença portuguesa no mercado global

António Costa apontou que «Portugal está numa boa fase da sua economia: desde a entrada no euro que não crescíamos tanto nem convergíamos com a União Europeia, e temos tido uma redução extraordinária do desemprego».

Porém, «se queremos continuar a crescer temos de usar melhor os nossos recursos, investindo muito na inovação, que é o que gera valor acrescentado aos nossos produtos ou serviços».

«Mas precisamos também de abrir novos mercados, além dos 10 milhões que somos, além dos 500 milhões da União Europeia», e «se há algo que a história nos ensinou é que fomos sempre europeus, mas nunca nos limitámos a ser europeus».

«Foi sempre esta a vantagem competitiva que tivemos», sublinhou, acrescentando que «é por isso que temos facilidade em chegar, instalarmo-nos e trabalharmos em outros países, mesmo naquelas que muitos acham que são difíceis».

Se Portugal quer dar sustentabilidade ao seu crescimento económico tem de «aumentar significativamente as nossas exportações a nossa presença no mercado global», disse, acrescentando que «isto é uma coisa que as pequenas e médias empresas têm de compreender».

Aumentar a presença na Índia e da Índia

O Primeiro-Ministro afirmou que «no ano passado aumentámos 8% as exportações, mas para a Índia aumentámos 50% as exportações; o comércio entre os dois países aumentou 16%, e este aumento é uma pequeníssima parte do enorme potencial de crescimento que a Índia oferece».

Este contrato «é tão importante porque ajuda a abertura da fronteira da Índia para as empresas portuguesas». «Quanto mais empresas produtos e o nome de Portugal for chegando à Índia, maiores serão as oportunidades para novas empresas e produtos portugueses», pois «o que é difícil é vencer o desconhecimento e ganhar a marca da credibilidade».

A Embaixadora da Índia, Nandini Singla, referiu que o seu país tem o mais rápido crescimento económico do mundo (um crescimento de 8,2% no ano passado), estando a caminho de se tornar a terceira maior economia do mundo.

A Índia, além de um programa de reformas e simplificação administrativa está a desenvolver um vastíssimo programa de obras públicas com construção de milhares de quilómetros de estradas, caminhos-de-ferro, dezenas de aeroportos e de portos, e mais de cem milhões de habitações.

Simultaneamente, Portugal também precisa de atrair investimento e, por isso, «tivemos uma missão muito bem sucedida junto do universo de empresas de origem indiana no Reino Unido (o seu volume de negócios corresponde a mais de 1/4 do nosso PIB) para lhes oferecer uma possibilidade continuarem da Europa, investindo em Portugal», referiu também o Primeiro-Ministro.

Contrato

O contrato entre a empresa portuguesa de tecnologia digital Vision-Box e o Aeroporto Internacional de Bangalore, no Sul da Índia, para a instalação de tecnologia de gestão de passageiros baseada na biometria.

A identificação dos passageiros passa a ser feita por reconhecimento digital, e, a partir daí, deixa de necessitar de mostrar o cartão de embarque ou qualquer documento de identificação oficial.

Este contrato permitirá a primeira instalação de um percurso inteiramente baseado no reconhecimento facial no continente asiático.

A Embaixadora referiu que o processo implicará a fusão da tecnologia de reconhecimento facial da Vision-Box com os dados biométricos dos documentos de identificação de 1,2 mil milhões de cidadãos indianos, o que permitirá revolucionar o transporte aéreo de 300 milhões de passageiros que usam os aeroportos indianos a cada ano, no quadro do programa para acabar com documentos físicos no transporte aéreo de passageiros.

O Aeroporto Internacional de Bangalore é o mais movimentado da Índia e o terceiro maior do país, com mais de 30 milhões de passageiros no ano passado, servindo a terceira maior cidade indiana.

A Vision-Box é uma empresa sediada em Portugal com presença em 150 países e escritórios em oito.

in Portal do Governo

2018-09-05