Secretaria Geral


Parque Florestal do Monsanto

A Serra de Monsanto era um local árido diferente da paisagem florestal que se assiste atualmente.
As condições locais de exposição aos ventos propiciavam, até ao final do séc. XIX, a existência de moinhos e a atividade de moagem de cereais, conjuntamente com a extração de pedra. As poucas árvores que existiam na Serra eram as da Mata de São Domingos de Benfica, as da Tapada da Ajuda e ainda algumas oliveiras, donde o topónimo Monte das Oliveiras, que ladeavam as estradas que dividiam os terrenos.

A ideia de arborizar a Serra do Monsanto e dotar Lisboa de um núcleo florestal, espaço verde de conceito “pulmão verde”, tinha sido debatida desde 1904, aquando da apresentação à Camara Municipal de Lisboa do projeto do Engenheiro Frederico Ressano Garcia (1847-1911).

Por Portaria de 25 de junho de 1929, foi nomeada uma Comissão encarregue de elaborar um projeto de arborização do polígono da Serra do Monsanto e arredores de Lisboa, com um perímetro de cerca de 670 hectares. Neste polígono “serão aproveitados todos os actuais caminhos, mas, verificou-se serem necessários outros (…). Por se tratar de um bosque da cidade e, por isso, projetamos vários arruamentos, dos quais o principal consta de uma rua (…) permitindo a circulação de quatro automóveis, dois no sentido ascendente e dois no sentido descendente, além de dois caminhos laterias, destinados, um ao trânsito de peões e outro ao trânsito de cavaleiros” (1) . No cume da Serra seria também “aproveitado” o Forte de Monsanto, Fortaleza de Monsanto ou Forte do Marquês de Sá da Bandeira, construído no séc. XIX e que fazia parte do sistema defensivo de Lisboa.

O problema de inexistência de zonas verdes na cidade reflete-se no preâmbulo do Decreto-Lei n.º 24625 de 1 de novembro de 1934, promulgado pelo Ministro das Obras  Públicas Engenheiro Duarte Pacheco (1900-1943), para a criação do Parque Florestal do Monsanto - “Recomendam os urbanistas como principal elemento de embelezamento e higiene dos agrupamentos populacionais a criação de núcleos de arborização (…) Lisboa não tem, no interior da cidade, um maciço de arborização que possa considerar-se um parque florestal (…). O próprio Parque Eduardo VII, (…) não tem condições de adaptação (…). É uma capital pobre de parques e jardins.”.

Em 1940, tem início a implementação do projeto da autoria de Francisco Keil do Amaral (1910-1975), associando à necessária arborização equipamentos recreativos, desportivos e de lazer. Foram plantadas mais de 1 milhão de árvores e arbustos e realizadas as obras do viaduto e autoestrada do Estádio, o Parque Infantil do Alvito, o Centro de Ténis do Alvito, o miradouro e Pavilhão de Chá de Montes Claros, os miradouros do Moinho do Penedo, dos Moinhos do Mocho (vestígios dos moinhos de cereais do séc. XIX) e da Luneta dos Quartéis. 

O processo referente ao projeto de Arborização do Polígono Florestal da Serra do Monsanto, onde consta a planta apresentada, integra o acervo do Arquivo Histórico da Economia.

(1) Desenho dos automóveis, peões e cavaleiros na planta.Relatório anexo a planta.
 

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Legenda

Projeto de arborização do Polígono Florestal da Serra do Monsanto. 1929
PT/BAHE/MOP/SG/N-I-4/150

Biblioteca e Arquivo Histórico da Economia



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