
O Plano de Rega do Alentejo
O Plano de Rega do Alentejo, lançado em 1957, começou a ser executado no decurso do no âmbito do II Plano de Fomento (1959-1964), possibilitando a adjudicação de algumas obras da primeira fase, entre elas a barragem do Rio Mira. São obras da responsabilidade do Ministério das Obras Públicas ao tempo liderado pelo engº Eduardo Arantes e Oliveira.
Dos 173.000 ha de regadio previstos no Plano, 161.700 ha reportavam-se a grandes empreendimentos hidráulicos e 14% destes deveriam ser garantidos pelos aproveitamentos do Mira, Caia e Alto Sado.
A construção em Sta. Clara a Velha da barragem no Rio Mira, viria a ser inaugurada em 11 de Maio de 1969.
Para comemorar o Plano, foi encomendado ao arquiteto Raúl Chorão Ramalho (1914-2002) o desenho de um monumento, que não viria a ser executado. Um dos perfis tem a seguinte inscrição: “As Câmaras Municipais do Distrito de Beja assinalam o início da execução do Plano de Rega do Alentejo e lembram à posteridade todos aqueles que o conceberam, o estudaram, o determinaram e o executaram”.

Também a obra de rega dos campos do Mira apresenta o modo como esta infraestrutura foi concebida e executada, louvando os intervenientes no processo que teve como objetivo a dinamização da agricultura no Alentejo, baseada no regadio.
Este complexo inclui, entre outros, uma barragem que durante muitos anos foi a maior de Portugal, e alojamento para os engenheiros da obra junto à mesma, reconvertido posteriormente na Pousada de Santa Clara, com uma planta em malha hexagonal da autoria do arquiteto Chorão Ramalho.
Após algumas décadas, o regadio é agora reequacionado de modo a ser tendencialmente sustentável, contrariando o uso excessivo de pesticidas e de outras medidas fitossanitárias prejudiciais.
Um dos grandes contributos para a prática de uma agricultura sustentável tem sido os relatórios da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentando propostas para uma gestão eficiente da água e da utilização de produtos fitofarmacêuticos. Também a União Europeia tem vindo a adotar medidas no sentido da promoção de um desenvolvimento sustentável e de práticas agrícolas sustentáveis.
